Agora

Juízes sem juízo

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Até parece piada, mas existem juízes pensando em fazer uma paralisaçã­o para defender a farra do auxílio-moradia.

Tudo porque o Supremo Tribunal Federal finalmente marcou uma data, 22 de março, para deliberar sobre o assunto.

Com isso, pode acabar a mamata atual. Até juiz que mora em imóvel próprio na cidade onde trabalha está recebendo o benefício.

Isso foi permitido por uma decisão provisória do ministro Luiz Fux, do STF, em 2014. Desde então, o assunto vinha sendo empurrado com a barriga.

Isso, claro, porque ninguém quer mexer no próprio privilégio e nos de seus colegas.

Basta pensar um pouco para entender que o auxílio-moradia só faz sentido para profission­ais que são obrigados a atuar longe de casa.

Mas a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) está procurando os argumentos mais disparatad­os para defender o indefensáv­el.

A entidade se queixa, por exemplo, que o Judiciário não tem recebido reajustes sala- riais. Não dá para levar a sério.

Pelos dados oficiais, cada um dos 18 mil juízes do país custa, em média, R$ 47,7 mil por mês em dinheiro do contribuin­te. É muito mais que o teto do serviço público, de R$ 33,8 mil.

Além disso, esses servidores estão protegidos do desemprego que assusta a enorme maioria dos brasileiro­s.

E, se realmente cruzarem os braços, os magistrado­s vão acrescenta­r mais um período de folga aos dois meses de férias a que eles têm direito.

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