Hospital referência para febre amarela tem menos
Reforma atrasada faz Emilio Ribas diminuir número de leitos pela metade, segundo médicos
O Hospital Estadual Emilio Ribas, em Pinheiros (zona oeste), referência no tratamento de febre amarela, tem menos leitos disponíveis por causa de uma obra iniciada em 2014 e que já está atrasada. Segundo a associação de médicos da unidade e o Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), o hospital conta com menos da metade dos leitos disponíveis, isso em meio à crise causada pela febre amarela.
Segundo a Associação de Médicos do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, há disponíveis entre 90 e 100 dos 199 leitos do hospital. O diretor da unidade, Luiz Carlos Pereira Júnior, afirma que são 133, contando prontosocorro e hospital dia.
A presidente da associação, Luciana Marques S. Borges, diz que a reforma, iniciada em 2014, deveria terminar em julho deste ano, mas ainda está pela metade. Segundo ela, além da falta de leitos, o hospital sofre com carência de mão de obra.
“Foi aventada a possibilidade de um contrato de emergência para o prontosocorro, mas não avançou. Há um concurso em vigência, mas estamos no aguardo há mais de um ano. A gente reconhece que a diretoria tem se esforçado, mas a situação é difícil”, afirma.
O presidente do Simesp, Eder Gatti, diz que, tradicionalmente, o Emilio Ribas sempre respondeu pelas grandes epidemias que atingiram a população, como a de meningite nos anos 70 e a de Aids nos anos 80. Segundo ele, a reforma tem comprometido esse protagonismo. “A obra era promessa de revolução no Emilio Ribas e hoje está parada”, diz.
Gatti diz, ainda, que, hoje, por causa da reforma, o hospital tem menos da metade dos leitos disponíveis. “Reconheço toda a importância do Emilio Ribas, que trabalha para suprir as deficiências que a rede tem. Por falta de leito nos andares, estão colocando macas nos corredores. Não se consegue subir pacientes [para leitos].”