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Ao menos 14,5% dos trabalhado­res dizem vender o tíquete com frequência; prática é crime e dá justa causa

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Na tentativa de complement­ar a renda no final do mês, 30% dos trabalhado­res vendem o vale-refeição pago pela empresa, segundo pesquisa do SPC Brasil e da CNDL (Confederaç­ão Nacional dos Dirigentes Lojistas). Os outros 70% restantes se dividem entre os que nunca venderam o tíquete (44,3%) e os que não recebem o benefício pago pelo patrão (25,9%).

Segundo o levantamen­to, são três os principais motivos para que os profission­ais comerciali­zem o vale: 29% complement­am a renda, 25% vendem para comprar outras coisas e 22% usam a grana para pagar contas.

No entanto, a prática é crime tanto para quem vende quanto para quem compra, conforme lembra a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. “Segundo a legislação trabalhist­a, é um benefício que deve ser utilizado exclusivam­ente para alimentaçã­o em restaurant­es ou fazer compras em supermerca­dos”, explica.

O advogado trabalhist­a Alan Balaban diz que a co- mercializa­ção é crime de estelionat­o e pode render até demissão por justa causa ao trabalhado­r.

De acordo com o especialis­ta, o benefício foi imple- mentado com a finalidade única de garantir a alimentaçã­o dos profission­ais. “O vale foi implementa­do justamente para que os empregados comam. E a justa causa entra na falta de confiança, pois o empregado que vende comete improbidad­e. É uma forma de proteção do trabalhado­r”, afirma.

A pesquisa do SPC Brasil ouviu 805 consumidor­es acima de 18 anos, de ambos os gêneros e de todas as classes sociais nas 27 capitais do país entre os dias 10 e 22 de novembro do ano passado.

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