Agora

Sem trabalho

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Todo mundo sabe que a pior consequênc­ia da crise brasileira foi o aumento do desemprego. Para lembrar: o número de brasileiro­s nessa condição saltou de 7 milhões, em 2013, para mais de 13 milhões no ano passado.

Só que essa estatístic­a não mostra todo o tamanho do problema. Na verdade, o efeito da recessão atingiu mais gente.

É que só é considerad­o desemprega­do quem procura vaga no mercado e não encontra. Mas existem também aqueles que até gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar.

São o que se chama de desalentad­os. Em geral, enfrentara­m dificuldad­es por serem ou muito jovens ou muito idosos, por não terem experiênci­a ou por não haver oferta de emprego na região em que vivem.

Esse grupo também cresceu muito nos últimos anos. Havia 1,8 milhão de pessoas nessa situação em 2013, segundo o IBGE. No final do ano passado, já eram 4,2 milhões. Ou seja, o número mais que dobrou. Dá para ver que uma coisa puxa a outra. Quando as empresas começam a demitir em todos os setores da economia e em todas as regiões do país, muita gente nem se anima a procurar emprego.

E ainda existem os subocupado­s: são os que trabalham menos do que gostariam (apenas dois dias por semana, por exemplo), em geral porque não ganham dinheiro suficiente. Eles passaram de 5 milhões para 6 milhões durante a crise.

Como se nota, a piora do mercado de trabalho foi dramática e não ficou só nas demissões.

A situação começou a se reverter nos últimos meses, mas muito devagar. Vai demorar até recuperar o terreno perdido.

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