Dobra total que desiste de procurar emprego
País tinha, no final de 2017, 4,3 milhões de profissionais sem esperança de achar uma vaga de trabalho
O número de trabalhadores que perdeu a esperança de encontrar uma vaga mais do que dobrou nos últimos cinco anos, de acordo com dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Economia e Estatística).
Chamados de desalentados, esses profissionais somavam 4,3 milhões de pessoas no último trimestre de 2017, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio) Contínua.
Esse é o maior número da série histórica desde 2012, quando a pesquisa começou a ser feita. Naquele ano, havia 1,9 milhão de desalentados. No último trimestre de 2016, eram 3,8 milhões.
Os motivos pelos quais as pessoas desistem de procurar emprego são muitos, mas os principais deles estão ligados
gaos “nãos” constantes. Entre as causas alegadas pelos recrutadores para não contratar estão o fato de que o trabalhador que busca a vaga é novo ou idoso demais, além de não ter a qualificação necessária para o posto.
Segundo a pesquisa, no último trimestre de 2017, havia 11,8 milhões de desocupados, que são pessoas sem emprego, mas que estavam em busca de uma vaga. Quem não procurava emprego não entra nessa conta.
Ao todo, segundo Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, há 26,4 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho, total que agrega os desempregados, os que trabalham poucas horas por semana e são chamados de subocupados, e os que fazem parte da força de trabalho potencial, mas, por algum, motivo não procuram vagas.
Essa é a primeira vez que o IBGE mede a falta de esperança dos que estão desempregados. “Isso pode estar relacionado, principalmente, com essa crise econômica”, diz Azeredo.