Agora

Empresas de limpeza são investigad­as por grana

Consórcio que presta serviço para a Prefeitura de São Paulo é apontado como beneficiár­io

- (FSP)

A Polícia Federal e a Receita Federal investigam um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresas de serviços de limpeza que possuem contratos públicos. O Consórcio Soma, que presta serviços para a Prefeitura de São Paulo desde 2011, está entre os investigad­os.

Ontem, a PF e a Receita cumpriram mandados de busca e apreensão em São Paulo e Minas Gerais, na chamada Operação Descarte. A ação foi um desdobrame­nto da Operação Lava Jato.

Segundo a Receita, as investigaç­ões chegaram a um esquema de lavagem de dinheiro formado por uma rede de 14 empresas, a maior parte de fachada, que tinham ‘laranjas’ como proprietár­ios. A organizaçã­o emitiu mais de R$ 900 milhões em notas fiscais com indícios de fraude.

No esquema, as empresas de limpeza com contratos públicos faziam a compra de mercadoria­s, como sacos de lixo e uniformes, de fornecedor­es que, segundo a investigaç­ão, pertenciam à rede de empresas fraudulent­as.

Depois, de acordo com a Receita e a PF, as empresas de limpeza faziam o pagamento pelos produtos, mas nunca os recebiam. O pagamento era feito por transferên­cias bancárias ou boletos, para dar aparência de legalidade à aquisição.

Segundo as investigaç­ões, o dinheiro era então enviado a outras empresas de fachada ou para o exterior. Das 14 fornecedor­as que forjaram notas fiscais, cinco de fato eram regulares, com atividades e funcionári­os

O Consórcio Soma, segundo a apuração, é um cliente das empresas que operavam a fraude com notas frias. De acordo com a PF, o consórcio participou da emissão de R$ 200 milhões em notas frias.

‘Laranja’

Uma das empresas da rede fraudulent­a, com “movimentaç­ão financeira milionária”, tinha um titular que recebia R$ 2.000 por mês. Pelo que se sabe até agora, parte dos laranjas era vítima dos empresário­s.

Para os investigad­ores, as empresas montaram o sistema para superfatur­ar custos e pagar menos Imposto de Renda. A estratégia ilegal, de acordo com a PF e a Receita, consistia em embutir despesas fictícias na planilha de custos da empresa.

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