Comprar celular é risco em feiras do rolo na
Comprador deve desconfiar de preço muito barato e pode até responder por crime de receptação
Não há garantia de procedência quando é vendido sem nota fiscal Não há confirmação de entrega se o pagamento é feito antecipadamente Tanto vendedor quanto comprador podem ser assaltados ao concluir a negociação
Os grupos de compra e venda em rede social atraem milhares de pessoas como uma oportunidade para quem quer fazer uma grana rapidamente em tempos de crise ou encontrar pechinchas. Mas também há produtos de origem duvidosa ou que podem levar o consumidor a armadilhas, principalmente quando se trata de telefones celulares.
Mesmo com a possibilidade de fazer o bloqueio do Imei (número de identificação do aparelho), o que inutilizaria um celular furtado ou roubado, criminosos contam com kits que desbloqueiam o telefone, tornando-o apto para a venda. Daí para a comercialização na internet são poucos cliques.
Em uma rápida busca no Facebook, a reportagem encontrou dezenas de grupos conhecidos como “feiras do rolo”, que chegam a reunir mais de 300 mil pessoas, como uma de Itaquaquecetuba (Grande SP). Essa chega a contar com mais de 700 mil publicações realizadas em apenas um mês.
As feiras do rolo virtuais são como aquelas tradicionais, que acontecem em praças. A diferença é o volume de negócios, que são realizados 24 h por dia, por centenas de milhares de pessoas. Celulares, por exemplo, chegam a ser oferecidos às dezenas por dia.
Negociação
Em uma das páginas, a reportagem entrou em contato com um vendedor do Jardim São Luís (zona sul). Em uma postagem feita no próprio dia no grupo Feira do Rolo São Paulo, que conta com mais de 95 mil seguidores, o homem oferecia três celulares, todos sem nota fiscal. O anúncio dizia “Celulares Barato Entrego Agora em Mãos”. “É um amigo meu que ‘puxa’, não tem erro, não. É tudo limpo. Se quiser, levo no Terminal Capelinha [zona sul]”, afirmou.
Um dos celulares era um Samsung Pocket 2, que é encontrado em lojas regulares de produtos usados por cerca de R$ 220. Nas mãos do vendedor custaria R$ 90.
Entre os 345 itens que o homem colocou à venda, havia inclusive iPhone bloqueado, disponível só para a retirada de peças, como alertou o vendedor.