Aos 95 anos, no Rio a atriz Tônia Carrero
A dama do teatro sofreu uma parada cardíaca durante uma cirurgia; atriz deixa filho, netos e bisnetos
A atriz Tônia Carrero, considerada um dos ícones da televisão e do teatro do país, morreu anteontem, no Rio de Janeiro, aos 95 anos. Ela sofreu uma parada cardíaca por volta das 22h15, durante uma cirurgia.
Netos, bisnetos e o filho, o ator e diretor Cecil Thiré, além de amigos da atriz, participaram de uma cerimônia fechada no Theatro Municipal, no centro do Rio.
Muito debilitado, Thiré, que sofre de mal de Parkinson, chegou de cadeira de rodas ao velório. A cremação está marcada a tarde de hoje para aguardar a chegada de dois netos da atriz que moram na Europa.
Ela deixa o filho Cecil Thiré, quatro netos (Carlos, Luiza, Miguel e João) e bisnetos. A morte foi confirmada pela clínica São Vicente, no bairro da Gávea, onde a atriz havia sido internada na última sexta-feira para um procedimento cirúrgico simples por causa de uma úlcera.
Em 2015, circularam boatos na internet sobre sua morte, levando a família da atriz a se pronunciar publicamente sobre seu estado de saúde. Tônia apresentava saúde frágil nos últimos anos. Sofria de hidrocefalia aguda, o que a levou a viver reclusa em um apartamento na zona sul do Rio.
Nascida em 23 de agosto de 1922, Maria Antonieta de Farias Portocarrero era graduada em Educação Física, mas fez carreira no mundo artístico. Filha de general e dona de uma beleza marcante, ela nunca se contentou com o muito que tinha. Decidida a se ser atriz, foi estudar na França.
Estreou no cinema em 1947, no filme “Querida Suzana”, de Alberto Pieralisi, e no teatro em 1949, em “Um Deus Dormiu lá em Casa”, na companhia de atores como Paulo Autran, que viria a ser seu parceiro constante.
Ao todo, foram 54 peças, 19 filmes e 15 novelas. Em 1980, ganhou o Troféu APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como melhor atriz de televisão pela atuação na novela “Água Viva” (1980). Um dos últimos trabalhos de Tônia foi na novela “Senhora do Destino, de 2004, como a madame Berthe Legrand. No teatro, a sua última aparição foi na peça “Um Barco para o Sonho”, em 2007.