Debate sobre armas racha presidenciáveis
Na semana em que divulgava as canções “Apelido Carinhoso” e “Homem de Família”, Gusttavo Lima postou no Instagram uma foto com fuzil. Uma “tarde no clube do tiro”, dizia a legenda em que o sertanejo declarou seu apoio ao pré-candidato Jair Bolsonaro. Lima defende armar “cidadãos de bem”, como Bolsonaro afirma.
O assunto racha os précandidatos ao Planalto. Os favoráveis à revisão do Estatuto do Desarmamento vão do centro à direita, como Bolsonaro (que se filiará ao PSL), João Amoêdo (Novo) e Alvaro Dias (Podemos). Exceção: o PCO (Partido da Causa Operária). A sigla de extrema-esquerda afirma que, na “ótica revolucionária, o direito de se armar é a necessidade de se defender justamente do Estado”.
Quem é contra a ideia questiona: se é a preocupação com segurança pública que alimenta esse debate, qual a eficiência de armar civis? Geraldo Alckmin (PSDB) afirma que “a luta contra o crime deve ser feita por uma polícia treinada, moderna e valorizada”. Mesma linha segue Ciro Gomes (PDT): “Segurança pública se resolve com polícia bem treinada, bem paga e, acima de tudo, políticas públicas de educação, saúde, cultura e lazer para não deixar a juventude ser aliciada pelo crime”.
Prestes a se filiar ao PSOL, Guilherme Boulos diz que mais munição nas ruas “vai apenas criar uma falsa sensação de segurança e ampliar os crimes de ódio. Imaginem se cada intolerante que esbraveja nas redes sociais tivesse uma arma?”.
Para Manuela D’Ávila (PC do B), “quando as pessoas estão armadas, está comprovado que as mulheres são as maiores vítimas”.
Presidente da Câmara e potencial presidenciável do DEM, Rodrigo Maia defende aumento de rigidez do porte em alguns pontos, como “idade mínima de 25 anos e exame psicotécnico mais amplo testando o equivalente emocional”.
Procurados pela reportagem, Henrique Meirelles, Fernando Collor, Lula e Marna Silva não falaram.