Protestos e greves reúnem de espanholas
Manifestações pelo Dia Internacional da Mulher paralisaram a Espanha parcialmente ontem por duas horas
Em extensas manifestações pelo Dia Internacional da Mulher, a Espanha foi parcialmente paralisada ontem. Uma greve de duas horas pela manhã teve adesão de 6 milhões de pessoas, segundo os sindicatos, incluindo homens e mulheres. O país tem 46 milhões de habitantes.
O lema do dia era de que “se nós paramos, o mundo para”. Houve 300 passeatas em 200 locais do país.
Na capital, Madri, a polícia calculou a participação de 170 mil pessoas —a marcha terminou em dança, na praça de Espanha, em meio à euforia. Foram 200 mil os participantes em Barcelona.
A prefeita de Barcelona, Ada Colau, foi uma das que aderiu à paralisação.
Uma das razões para a greve foi uma pesquisa que apontou que uma de cada três mulheres já se sentiu assediada sexualmente ao me- nos uma vez na Espanha.
Entre os 18 e 34 anos, essa cifra vai a 47% —justamente a idade em que entram no mercado de trabalho.
Pelo mundo
Cartazes com a hashtag da campanha “me too”, que denuncia crimes sexuais e assédio, foram vistos em manifestações e marchas pela Ásia e pela Europa.
Para denunciar a diferença salarial entre os gêneros, o jornal francês “Libération” decidiu cobrar 25% a mais de seus leitores homens pela edição de ontem.
Mulheres católicas lideradas pela ex-presidente da Irlanda Mary McAleese pediram ontem maior poder de decisão para mulheres dentro da hierarquia da Igreja Católica, pedindo ao papa Francisco que derrube seus “muros de misoginia”.
O evento foi realizado na sede de uma ordem jesuíta após o Vaticano retirar a permissão para que fosse realizado na Santa Sé depois que os organizadores incluíram oradores controversos sem permissão.