Artista levou enceradeira e buzina para cima do palco
Tom Zé conta que uma de suas partes preferidas da exposição em cartaz na Caixa Cultural é a que mostra os instrumentos musicais que ele criou. “Eles ainda estão ali, mas sem condições de serem executados no palco. O enceroscópio foi feito com peças de enceradeira, quando elas ainda eram produzidas em metal. Então, a gente colocava o motor para trabalhar e, em contato com um microfone da época, selecionava os sons que esse metal produzia”, lembra.
Ele conta também sobre o buzinório. “Foi concebido com buzinas, mesmo, com aquele som estrondoso. Agora, temos uma versão mais moderna, com o volume mais controlado”, brinca Tom Zé.
Nos vídeos da exposição há imagens do artista colocando esses aparelhos para funcionar. “Eu não sabia que tinha esse registro, que foi feito pela TV Cultura. Até chorei quando vi”, destaca o cantor.
Poesia ao vivo
Artistas que fazem parte da história de Tom Zé, como o seu parceiro Zé Miguel Wisnik, estão em uma programação paralela à exposição. São apresentações que acontecem de 16 a 18 de março, sempre às 19h. “O curador da mostra, André Vallias, veio com essa proposta de não fazermos shows, mas de organizarmos momentos de poesia, com apresentações mais performáticas”, explica Tom Zé.
Com isso, foram convocados artistas de diversas gerações para homenagear o músico. “Eu não irei apenas à inauguração, vou prestigiar todos eles”, fala Tom Zé, animado com a programação. “Chamei de ‘espetáculos de poesia expandida’, porque as apresentações incluem performance, música, palavra falada e palavra cantada, uma mistura bem no espírito da obra de Tom Zé”, explica o curador.