Agora

Renascimen­to de cantor o despertou para os jovens

- (FS)

Tom Zé completou recentemen­te 81 anos, mas é adorado pelos jovens. Para o curador da exposição “Tom Zé 80 Anos”, da Caixa Cultural São Paulo, ele ganhou esse público quando foi redescober­to em tempos de internet. “Dos tropicalis­tas, ele é o que mais está ligado aos jovens, até pelo fato de ter sofrido um período de ostracismo. Enquanto os outros artistas ficaram na mídia e acabaram representa­ndo a música popular, ele foi forçado a fazer um mergulho no universo experiment­al”, lembra o curador André Vallias, referindo-se a nomes como Gilberto Gil e Caetano Veloso.

“Quando Tom Zé foi descoberto por David Byrne [artista escocês radicado nos EUA], que o reapresent­ou ao mundo e aos próprios brasileiro­s, a música estava sendo impactada pela internet e isso deu muita liberdade criativa a ele”, relata o curador. Byrne ficou encantando ao ouvir o disco “Estudando o Samba” (1976), de Tom Zé, e, a partir daí, decidiu lançar uma coletânea do artista brasileiro nos Estados Unidos e na Europa, já no fim dos anos 1980. “Quando esse gringo me salvou, eu já estava voltando para Irará para trabalhar em um posto de gasolina”, lembra Tom Zé.

A partir daí, o músico baiano fez outros discos emblemátic­os, como “Com Defeito de Fabricação” (1998) e “Tropicália Lixo Lógico” (2012). “No fim, o prejuízo que ele teve durante esse ostracismo se transformo­u em um grande ganho.”

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