Reino Unido acusa Rússia por atentado contra ex-espião
Russo e sua filha foram envenenados no Sul da Inglaterra com agente que ataca o sistema nervoso
A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que é “altamente provável” que a Rússia esteja por trás do envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha, Iulia, em Salisbury, no Sul da Inglaterra.
Em discurso ontem no Parlamento, May afirmou que, ou o Estado russo foi diretamente responsável pelo envenenamento, ou permitiu que o agente neurotóxico que contaminou os dois chegasse às mãos de terceiros.
Segundo May, o agente identificado é de tipo militar, desenvolvido e fabricado na Rússia e faz parte de um grupo de agentes neurotóxicos conhecidos como Novichok (leia mais ao lado).
O embaixador russo em Londres foi convocado para que dê explicações sobre o motivo de o agente neurotóxico ter ido parar em Salisbury e informe a Organização para a Proibição de Armas Químicas sobre seu programa de Novichok.
“Se não houver uma resposta crível, vamos concluir que essa ação equivale a um uso ilegal da força pelo Estado russo contra o Reino Unido”, afirmou.
Serguei, 66 anos, e sua filha Iulia, 33 anos, foram encontrados desacordados em um banco de um parque no dia último 4 e foram levados para um hospital. Os dois permanecem internados em estado grave
O governo russo continua negando ter qualquer envolvimento com o ataque.
O Ministério das Relações Exteriores russo chamou o discurso de May de “um show de circo no Parlamento britânico”, nas palavras da porta-voz Maria Zakharova.
Skripal, acusado de dupla espionagem, foi condenado a 13 anos de prisão pela Rússia, mas acabou perdoado judicialmente pelo governo numa troca de agentes com os britânicos.