Greve atinge 9 em cada 10 escolas municipais da capital
Professores protestam contra projeto que aumenta contribuição da Previdência proposto por Doria
A greve de professores contra o projeto de reforma da Previdência dos servidores municipais de São Paulo ganhou força e, ontem, quase metade (46%) das 1.500 escolas de administração direta da prefeitura ficaram totalmente paradas. Outras 47% tiveram atividades parcialmente paralisadas, segundo a Secretaria da Educação da gestão João Doria (PSDB).
Os profissionais da rede municipal decidiram cruzar os braços na última quintafeira. O texto da reforma, em trâmite na Câmara, prevê a elevação da contribuição previdenciária de 11% para 14%, além da instituição de contribuição suplementar vinculada progressivamente ao salário do servidor.
Assim, o desconto poderá chegar a 18,2%. A prefeitura defende que, sem a alteração, a sustentabilidade da previdência municipal é inviável. Os dados da Secretaria da Educação mostram que a adesão à greve cresceu nesta semana. Enquanto 37% das escolas funcionaram normalmente anteontem, isso só foi identificado em 7% das unidades ontem.
Segundo o presidente do Sinpeem (um dos sindicatos de professores municipais), o vereador Claudio Fonseca (PPS), a reivindicação é pela retirada do tema da pauta.
“Não há por que aumentar a alíquota, o que precisa é ter racionalidade com os recursos. O problema é a má gestão do Iprem [Instituto de Previdência Municipal]”, diz.
Déficit
Segundo o secretário municipal de Gestão, Paulo Uebel, o déficit da Previdência municipal foi de R$ 4,7 bilhões no ano passado. “Uma vez detectado que o sistema é insustentável, precisamos reformar em favor do servidor e da sociedade. Da forma que está, não atende nem um, nem o outro”, diz.
A secretaria diz lamentar os transtornos e promete repor todas as aulas perdidas.
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sobre a greve na pág. A11