Jucá vira réu no Supremo por doação suspeita ao filho
Odebrecht, que doou R$ 150 mil em 2014, teria sido beneficiada em medidas provisórias
Os ministros da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) receberam ontem denúncia contra o senador Romero Jucá (MDBRR), acusado pela PGR (Procuradoria-geral da República) em agosto do ano passado de corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo a denúncia, o senador, que é presidente do MDB, pediu e recebeu propina de R$ 150 mil para beneficiar a Odebrecht na tramitação de duas medidas provisórias em 2014.
O delator Cláudio Melo Filho, ex-executivo da Odebrecht, disse que a empresa doou R$ 150 mil para a campanha do filho de Jucá, Rodrigo de Holanda Menezes Jucá, na campanha para vice-governador de Roraima.
A parte da investigação relativa a Melo Filho e a Rodrigo Jucá, no entanto, passou a tramitar na primeira instância porque eles não têm foro especial.
O relator do caso, ministro Marco Aurélio, disse entender que a denúncia cumpriu os requisitos formais para a abertura de ação penal.
Outras ações
O senador Romero Jucá tornou-se o primeiro réu no STF em investigação decorrente da delação da Odebrecht. Também é a primeira denúncia contra ele recebida pelo Supremo.
Jucá ainda é alvo de outros inquéritos: dois na Operação Zelotes (um deles com denúncia oferecida), um relativo às obras da usina de Belo Monte, três na Lava Jato, outros quatro decorrentes da delação da Odebrecht e três investigações antigas.
O ministro Marco Aurélio destacou ontem que receber a denúncia não implica, neste momento, “assentar a culpa do acusado”, e foi seguido por Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Alexandre de Moraes. O quinto integrante da Primeira Turma, ministro Luiz Fux, não participou da sessão.