Mais um secretário é preso no Rio
Uma nova fase da Lava Jato levantou suspeitas sobre a segurança pública do Rio e prendeu ontem mais um exsecretário do ex-governador Sérgio Cabral (MDB).
A operação, batizada de “Pão Nosso”, apura suspeitas de desvios de R$ 44,7 milhões no fornecimento de alimentação em presídios administrados pela Secretaria de Administração Penitenciária do estado.
Um dos presos é o ex-secretário da pasta César Rubens de Carvalho, que é coronel da Polícia Militar e esteve à frente da secretaria também no início do mandato do atual governador, Luiz Fernando Pezão (MDB).
Outro suspeito preso é o delegado Marcelo Martins, que chefia o Departamento de Polícia Especializada da Polícia Civil fluminense. O setor engloba importantes delegacias estaduais, como a do aeroporto internacional.
Segundo o Ministério Público do estado, o empresário Carlos Felipe Paiva comandava um esquema de desvios em contratos de lanches no sistema penitenciário.
A investigação apontou que Carvalho era sócio do pai de Marcelo Martins em uma empresa suspeita, chamada Intermundos, e que o patrimônio do ex-secretário aumentou dez vezes.
Delator da operação, Carlos Emanuel Miranda disse que Sérgio Cabral recebia parte da propina. Também acusou o delegado de receber uma mesada de R$ 5.000 de um outro operador, Ary Ferreira.
O advogado de Cabral, Rodrigo Roca, disse que os secretários da gestão do exgovernador do Rio ouvidos em Juízo afirmaram nunca terem sofrido qualquer tipo de pressão ou interferência dele. Marcelo Martins, César de Carvalho e Felipe Paiva não responderam.