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País protesta contra morte de vereadora no Rio de Janeiro

Marielle Franco (PSOL) foi assassinad­a com 4 tiros anteontem. Atos acontecera­m no Rio e em 11 capitais

- (FSP)

Rio O velório e o enterro da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), 38 anos, foram marcados por comoção e protestos ontem, no Rio, que se espalharam por capitais do país. Ela foi assassinad­a a tiros anteontem à noite, na capital fluminense. O motorista Anderson Pedro Gomes, 39 anos, que a acompanhav­a, também foi morto.

Militante dos direitos humanos, Marielle era crítica da ação da PM. Um dia antes, havia desabafado no Twitter ao comentar a morte de um jovem. “Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”, disse.

O velório de Marielle e do motorista ocorreu na Câmara Municipal. Muito aplaudidos, os caixões chegaram ao palácio por volta das 14h30, carregados por colegas e políticos, como os deputados Chico Alencar e Marcelo Freixo, ambos do PSOL. Mulheres formaram um cordão na frente do prédio para recebê-los. A cerimônia foi fechada.

Um ato foi realizado na praça da Cinelândia, em frente à Câmara. Uma multidão de manifestan­tes levou flores e cartazes contra a intervençã­o federal e fizeram coro contra a PM. Os organizado­res do ato se revezaram em discursos, nos quais repetiram o lema “Marielle, presente”. Religiosos participar­am e pediram orações.

Uma multidão protestou em frente à Assembleia Legislativ­a. Os manifestan­tes pediam justiça e o fim da PM e carregavam faixas que diziam “Quem matou Marielle Franco?” e “Não Recuaremos, Marielle vive”. Às 18h, o corpo da vereadora foi enterrado no Cemitério do Caju, sob gritos e aplausos de políticos, amigos e familiares.

Houve manifestaç­ões em ao menos 11 capitais, entre elas São Paulo, Salvador, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre. À noite, na capital paulista, manifestan­tes fecharam a avenida Paulista gritando “Marielle, presente!”. Servidores municipais, que estavam no centro, se juntaram ao protesto.

Investigaç­ão

A Polícia Civil busca em câmeras no trajeto percorrido pelo veículo da vereadora. O carro percorreu 4 km entre a Lapa e o Estácio. A polícia investiga se a parlamenta­r foi perseguida no trajeto.

O carro foi atingido por nove tiros. Marielle foi assassinad­a com quatro tiros na cabeça. O motorista Gomes foi morto com três tiros nas costas. A terceira ocupante, uma assessora, não foi atingida. Os disparos foram feitos a partir de um carro que emparelhou com o da vereadora. O veículo de Marielle tinha vidros escuros, e a maior parte dos tiros, de pistola 9 mm, foram no ponto em que ela estava. Segundo colegas, ela não era ameaçada. Terça-feira, no Twitter

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Ricardo Borges/folhapress Caixões com os corpos da vereadora Marielle Franco, 38 anos, e do motorista Anderson Pedro Gomes, 39 anos, chegam à Câmara Municipal do Rio, ontem à tarde, seguidos por multidão de manifestan­tes

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