‘Mulher, negra, mãe e cria da Maré’
Rio “Sou mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré.” A frase de apresentação em seu site mostra como Marielle Franco (PSOL-RJ), 38, gostava de ser reconhecida.
Marielle Francisco da Silva nasceu em 27 de julho de 1979, no Complexo da Maré, zona norte do Rio. Foi criada no catolicismo.
A vereadora era flamenguista e funkeira com gosto —chegou a ser dançarina do Furacão 2000. Começou a trabalhar aos 11 anos: para pagar a escola, foi educadora em uma creche e aluna da primeira turma de pré-vestibular comunitário da Maré, aos 19 anos, em 1998.
No mesmo ano, deu à luz sua filha, Luyara —hoje com 19 anos, ela é caloura de educação física na Uerj.
Marielle iniciou sua militância em direitos humanos em 2000, após a morte de uma amiga, vítima de bala perdida em tiroteio entre policiais e traficantes.
Fez ciências sociais, na PUC Rio, onde entrou com bolsa integral em 2002. Em 2006, integrou na Maré a equipe de campanha que ajudou a eleger Marcelo Freixo (PSOL) à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O deputado se tornaria seu padrinho político, nomeando-a assessora parlamentar. Fez mestrado em administração pública na UFF (Universidade Federal Fluminense), em 2012.
Na eleição de 2016, esperava ter 6.500 votos, mas ela acabou escolhida por 46.502 eleitores, a quinta maior votação para o cargo.
Em pouco mais de 13 meses de mandato, apresentou 13 projetos. Era presidente da Comissão de Defesa da Mulher e defensora dos direitos LGBTQ. Namorava Mônica, a quem classificava como “uma companheira de vida e de amor, a primeira mulher que beijei”.