Crime pressiona intervenção federal e encurrala militares
Rio O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOLRJ) e a repercussão do crime reforçaram a pressão sobre a intervenção federal no Rio e deixaram encurralados militares do Exército responsáveis pela segurança do estado. Decretada pelo presidente Michel Temer com a justificativa de frear a escalada da violência, a intervenção completa um mês hoje, um dia após a morte de Marielle.
Integrantes da cúpula da intervenção federal disseram que a ação criminosa contra uma autoridade, com potencial de repercussão política e social, foi vista como uma afronta ao trabalho dos militares do Exército.
Sob comando do general Walter Braga Netto, eles participaram de uma série de reuniões e cobraram da Polícia Civil, que teve seu comando trocado na última semana, um desfecho rápido sobre os autores do crime. Ao menos oito equipes da Delegacia de Homicídios estão no caso.
Temer usou a expressão “extrema covardia” ao se referir ao assassinato e disse que ele “não ficará impune”.
O medo de desgaste da ação federal levou ministros a tentarem desvincular a morte de Marielle dos resultados da ação militar. “A morte não afeta a intervenção federal”, disse Torquato Jardim, ministro da Justiça. “A intervenção nunca se propôs a fazer milagre”, afirmou Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública.