Agora

Quatro anos de Lava Jato

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É um espanto que a Operação Lava Jato, que completou quatro anos neste sábado (17), tenha começado com uma simples investigaç­ão sobre a atividade de alguns doleiros no Paraná.

Um deles, Alberto Youssef, ficou famoso: foi um dos que entregaram o esquema bilionário de corrupção na Petrobras.

De lá para cá, muita coisa mudou no país. Nesse caso, para melhor.

Já se calcula que R$ 11,5 bilhões serão recuperado­s para os cofres do governo. É uma tremenda bolada, mas isso nem é o mais importante.

O principal é que ficou para trás aquela ideia de que os ricos e os políticos sempre conseguem se safar da Justiça.

Claro, ainda existe muito corrupto solto por aí. Mas foi demonstrad­o que é possível descobrir as maracutaia­s e condenar os culpados.

Isso não quer dizer que a Lava Jato não tenha cometido erros. Houve abusos, como decretar prisões preventiva­s por períodos exagerados ou levantar suspeitas em público sem provas.

É normal que todos queiram acabar com a impunidade dos poderosos, mas nem por isso se pode desrespeit­ar o devido processo legal.

Por mais competente­s e bem intenciona­dos que sejam, procurador­es e juízes também cometem erros. Eles não devem ser vistos como salvadores da pátria.

De qualquer modo, os avanços da Lava Jato foram extraordin­ários. A política brasileira ainda está cheia de corruptos e aproveitad­ores, mas eles já sabem que podem ser pegos.

E a operação virou modelo para o trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça.

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