Agora

Minhocão alaga quando chove, está sujo e pichado

Elevado passou a fechar durante todo o fim de semana. Viaduto é abrigo de moradores de rua

- Tatiana cavalcanti

O elevado Presidente João Goulart, popularmen­te conhecido como Minhocão, está sujo, com grades quebradas, placas pichadas. Ele alaga quando chove e há relatos de violência constante na parte debaixo do viaduto.

A via, com 3,5 km, liga a praça Roosevelt, na Consolação (região central), ao largo Padre Péricles, na Barra Funda (zona oeste). Desde o último dia 10, o Minhocão passou a fechar totalmente aos sábados, além de domingos e feriados.

O Vigilante Agora circulou pelo Minhocão na segundafei­ra da semana passada. Na parte de cima da via, as placas verdes com orientação do destino estão pichadas, ilegíveis, na altura da avenida São João, na região central.

Ali perto, um morador estava dentro de uma barraca montada na alça de acesso, na altura da alameda Glete, bem próximo à pista.

Em todo o trecho do Minhocão, que fica aberto a pedestres quando fecha para os carros, havia apenas três lixeiras, todas sem saco plástico. Uma delas estava de ponta-cabeça, na altura da alameda Glete.

Chuva

Por volta das 20h, carros e motos não conseguiam passar, na altura da avenida Pacaembu (zona oeste), devido ao alagamento na via causado por um temporal.

Na parte de baixo, há moradores de rua que fazem fogueiras na altura da praça Roosevelt quase todas as noites. Muitos acampam por ali. Nessa mesma área, há colchões e resto de móveis. Também há pessoas morando na praça Marechal Deodoro, perto do viaduto.

Já na Barra Funda, pouco antes do viaduto levar à avenida Francisco Matarazzo, há duas grades quebradas. Uma delas há dois anos, segundo a comerciant­e Verônica Dias, 43 anos. “Teve uma batida de carro e não foi arrumada, ainda. Também há frestas na parte de cima do Minhocão, e algumas vigas estão esfareland­o. Há crianças que brincam ali de fim de semana e dá medo de que elas caiam”, conta.

O aposentado João Vicente de Lima, 63, afirma que teme a violência. “Há muitos assaltos, em especial perto dos pontos de ônibus. Apesar de iluminado, a parte de baixo do Minhocão não é segura.” Ele reclama, ainda, de pouco policiamen­to. “Ficamos reféns de ladrões, em especial na parte de baixo.”

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