Vladimir Putin é reeleito com votação recorde na Rússia
Comparecimento de eleitores à votação ficou abaixo da meta de 65%, estabelecida pelo governo russo
Vladimir Putin, 65 anos, está reeleito como presidente da Rússia e com uma votação recorde desde o fim da União Soviética em 1991, acima de 75%. Chegando ao fim do próximo mandato, em 2024, terá governado por 25 anos.
Mas seu objetivo de repetir ou superar os 65% de comparecimento às urnas da eleição passada não deu certo, apesar da intensa propaganda do governo e de pressões variadas sobre grupos como funcionários públicos. Segundo a Comissão Eleitoral Central, o comparecimento da população ficou um pouco abaixo, em torno de 60%.
Analistas viam o número como o piso para que o Kremlin se desse por satisfeito. No entanto, na campanha, a meta de Putin era chegar a 70% da população indo às urnas votar. O objetivo dele era evitar questionamentos sobre a legitimidade da eleição no país, e de todo modo ela foi atingida.
Denúncias de irregularidades se multiplicaram e foram amplamente registradas pelo sistema de monitoramento da seções eleitorais por meio de câmeras, mostrando que os relatos de oficiais colocando nas urnas votos retirados de gavetas estavam certos.
Favorito
A quantidade de episódios suspeitos registrados no país pela ONG Golos ficou abaixo de mil, o que sugere que o movimento pode não ter sido decisivo para o bom resultado —além disso, a Comissão Eleitoral Central diz que vai invalidar votos de todas as seções onde houver fraudes comprovadas.
A abstenção era a única preocupação de Putin em uma eleição para a qual ele era amplamente favorito. O ano de 2017 viu surgir um movimento de oposição baseado em convocações pela internet, liderado pelo ativista Alexei Navalni, que promoveu atos gigantescos em toda a Rússia. Em Moscou, só 14% apareceram para votar. Ontem, foram 52%.
“Essa vitória é um sinal da esperança”, disse Putin ao público de um evento montado junto a uma das saídas da praça Vermelha, coração de Moscou e sede do Kremlin. Ao fim de sua fala, o presidente reeleito puxou o coro “Rússia, Rússia, Rússia”.