Defesa de Lula adota tática para desacelerar processos
Estratégia é incluir várias testemunhas nas ações e, depois, desistir de muitas para ganhar tempo
Repetidos procedimentos adotados pela defesa do expresidente Lula têm feito com que os processos contra ele andem mais devagar. O primeiro que o tornou réu em uma ação da Lava Jato é caso do tríplex.
Nessa ação, Lula já foi condenado em segunda instância e espera o julgado do recurso que pode abrir caminho para sua prisão. No entanto, ainda não foi sentenciado em nenhum dos outros seis processos que responde.
Uma das estratégias dos advogados do ex-presidente tem sido apresentar uma lista de dezenas de testemunhas de defesa, inclusive estrangeiras, para depor. Às vésperas dos depoimentos, desistem de parte delas.
Em um dos processos com o juiz Sergio Moro foram apresentadas 86 testemunhas —uma delas citada duas vezes— e, em outro, 59. Em Brasília, ao juiz Vallisney Oliveira, a defesa relacionou 80 nomes em uma ação.
Tanto Moro quanto Oliveira chegaram a questionar os números, mas houve recursos aos Tribunais Regionais Federais e a defesa conseguiu manter a quantia inicial. Mas, mais tarde, desistiu de 22 na ação de Curitiba e de 40 na de Brasília.
Houve episódios de testemunhas listadas em duas ações e, depois de intimadas, excluídas de ambas. É o caso do ex-ministro Aldo Rebelo, relacionado no caso tríplex e no que julga a tentativa de compra, pela Odebrecht, do terreno que sediaria o Instituto Lula.
Num dos processos de Curitiba, a defesa inclui como testemunha Ricardo Tacla Duran, ex-advogado da Odebrecht. Moro negou. “É um criminoso foragido, especializado em lavagem, sem compromisso com a verdade [ele não celebrou acordo de delação].” Tríplex (já julgado) Instituto Lula e apartamento em São Bernardo do Campo Sítio de Atibaia