Agora

O Supremo e Lula

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O clima está dos mais pesados no Supremo Tribunal Federal, que deve julgar nesta quinta (22) um recurso apresentad­o pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O líder petista quer ficar livre do risco de ir para a cadeia. Afinal, na próxima segunda (26) o Tribunal Regional Federal da 4ª Região pretende concluir o exame de seu processo.

Ele foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

Só que uma boa parte, talvez a maioria, dos ministros do STF está querendo rever essa história de condenado em segunda instância começar logo a cumprir a pena.

A regra está valendo desde 2016, depois de uma decisão apertada (por 6 votos a 5) do Supremo. Na época, um dos objetivos foi reduzir a impunidade.

Pelo sistema anterior, os réus que podiam pagar advogados caros iam apresentan­do recurso em cima de recurso, até o processo chegar aos tribunais superiores.

Assim, o caso se arrastava, muitas vezes até a pena perder a validade.

A presidente do STF, Cármen Lúcia, não queria saber de voltar a discutir esse assunto nem de julgar o recurso de Lula.

Mas a pressão foi tanta que ela cedeu e pautou a segunda discussão.

Já pegaria muito mal os ministros mudarem um entendimen­to que nem completou dois anos ainda.

Fica ainda pior se resolverem fazer isso de um jeito torto, benefician­do um figurão em particular.

O que interessa nem é se Lula será preso ou não. É se vai acabar mesmo um sistema que beneficia os condenados poderosos.

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