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Mãe e avó pulam em córrego, mas não conseguem resgatar menina

- (LF)

A mãe e a avó da menina Sofia Gomes Soares, 1 ano e 8 meses, chegaram a pular no córrego Água Branca, na noite de anteontem, para tentar salvar a menina, que havia sido levada pelas águas. Segundo parentes, as duas foram salvas por vizinhos, mas a criança foi retirada da água sem vida.

O barraco em que a família morava, construído com estacas dentro do córrego, foi um dos que foram arrastados pela água durante o temporal que atingiu a cidade anteontem. “A nossa família mora aqui há mais de 30 anos. A Paloma, mãe da Sofia, nasceu aqui”, afirma Alessandra Aparecida Souza, tia da menina. Ela conta que Paloma estava desemprega­da havia nove meses e acabou construind­o, junto com o marido, o barraco em que a família morava.

O casal é só mais um dos que construíra­m suas casas ao lado do córrego no último ano. Segundo o assessor da Defesa Civil da Prefeitura Regional da Lapa, Nelson Suguieda, o número de moradores no local disparou desde o último verão. “Eram 60 e passaram para 168 neste período”, diz. Segundo ele, a maioria das construçõe­s em torno do rio estão ameaçadas. “Estamos sugerindo que as famílias saiam”, diz.

Desemprega­da, Graciela Cardoso, 33 anos, mandou a filha de 8 anos para a casa de uma irmã. “Estou tirando o máximo de documentos, comidas e roupas que for possível. Se não der tempo, a gente vai perder móveis, geladeira e fogão, porque não terá como salvar”, diz.

Naquele momento, não havia um local para onde a prefeitura levaria as pessoas. Cerca de 70 moradores dormiram na primeira noite em um centro comunitári­o dentro da favela.

 ?? Reprodução/tv Globo ?? Sofia Gomes Soares, 1 ano e 8 meses, morta após cair no córrego Água Branca, na noite de anteontem
Reprodução/tv Globo Sofia Gomes Soares, 1 ano e 8 meses, morta após cair no córrego Água Branca, na noite de anteontem

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