Doria gasta mais em asfalto do que em obra antienchente
Ritmo de despesas com publicidade também é maior na gestão do tucano, candidato ao governo
A gestão João Doria (PSDB) vem gastando bem menos do que o previsto em obras e manutenção antienchente na cidade de São Paulo. Áreas como asfaltamento de rua e publicidade seguem em velocidade muito maior.
No último ano, a administração gastou apenas 33% do orçado com o programa de drenagem —R$ 275 milhões de R$ 825 milhões. Neste ano, as despesas continuam em ritmo lento, sem ultrapassar 2% do previsto.
Levantamento feito pela reportagem das despesas relativas ao combate a enchentes mostra que o gasto foi de apenas R$ 10 milhões, de R$ 584 milhões previstos para o ano.
Até o momento, o prefeito gastou mais com pavimentação e recapeamento de vias do que com drenagem. Foram liquidados R$ 40 milhões, de R$ 550 milhões anunciados para recapear mais de 400 km de vias.
O temporal de anteontem na capital causou centenas de alagamentos e matou três pessoas — uma criança, uma idosa e um segurança.
Doria é o candidato a governador pelo PSDB e aposta no recapeamento para impulsioná-lo nas eleições, por meio do programa Asfalto Novo. Reportagem já havia revelado que o valor total previsto para asfaltamento de ruas é mais do que a expectativa de investimentos (e não custeio, como salários) nas áreas de saúde (R$ 545 milhões) ou educação (R$ 168 milhões) em 2018.
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A velocidade dos gastos em publicidade, parte dela referente ao Asfalto Novo, também é maior na comparação com combate a enchentes —até agora já são R$ 24 milhões liquidados de R$ 105 milhões orçados.
Entre as medidas antienchente que não avançaram estão drenagem de córregos na periferia e construção de sistemas de drenagens.
Com baixo investimento em 2017, as obras estruturais acabaram se alongando. O plano de chuvas anunciado no ano passado previa que só duas de seis obras importantes estariam concluídas ainda no verão.