Presidente cai no Peru por suspeita de receber propina
Pedro Pablo Kuczynski renuncia ao cargo por conta de suposta ligação financeira com a brasileira Odebrecht
O presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, anunciou ontem sua renúncia ao cargo e afirmou que haverá uma transição constitucional ordenada para deixar para trás um clima de “ingovernabilidade” no país.
Em mensagem gravada e transmitida pela televisão, Kuczynski rejeitou as acusações de corrupção “nunca comprovadas”.
Ele atribuiu a decisão aos “seguidos obstáculos” colocados pela oposição.
“A oposição tentou pintarme como uma pessoa corrupta, o que nunca fui.”
Kuczynski vinha resistindo à renuncia desde dezembro, quando o partido de oposição Força Popular —liderado por Keiki Fujimori, sua rival de campanha derrotada— revelou suas conexões financeiras com a empreiteira brasileira Odebrecht no centro de um grande escândalo de corrupção. Ele resistiu a um pedido de impeachment e vinha sofrendo outro.
A decisão de Kuczynski de deixar cargo ocorreu no momento em que parlamentares da Força Popular continuaram a divulgar gravações secretas que pareciam mostrar seus aliados oferecendo aos congressistas da oposição lucrativos contratos de trabalho público em troca de apoio político.
O governo de Kuczynski negou as alegações de compra de votos depois que a primeira série de vídeos foi divulgada na noite de terçafeira passada.
Os mercados reagiram em alta com as notícias de que ele deixaria o cargo, em meio a expectativas de que o vicepresidente Martin Vizcarra o substituirá.