Barroso e Gilmar batem boca
Os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes protagonizaram ontem seu mais duro bate-boca no plenário do STF (Supremo Tribunal Federal). Barroso disse que o colega é uma mistura do mal com o atraso e desmoraliza a corte, e sugeriu que Gilmar age por interesses estranhos à Justiça.
A sessão precisou ser suspensa pela presidente do Supremo, Cármen Lúcia, que interrompeu Barroso, enquanto Gilmar insistia que era sua vez de falar. Ele rebateu, dizendo que Barroso deveria fechar seu escritório de advocacia.
“O senhor é a mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia”, disse Barroso a Gilmar. “A vida para Vossa Excelência é ofender as pessoas. Qual a sua ideia? Qual sua proposta? Vossa Excelência é uma vergonha, é uma desonra para o tribunal. Vossa Excelência sozinho desmoraliza o tribunal. Está sempre atrás de algum interesse que não o da Justiça”, afirmou Barroso.
A discussão ocorreu durante a votação de uma ação movida pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) contra doações ocultas em campanhas eleitorais.
Gilmar voltou a criticar a proibição de empresas doarem para políticos —assunto que com frequência costuma abordar em plenário.
Em determinado ponto, Gilmar criticou Barroso por ter aprovado na Primeira Turma (5 ministros), e não no plenário (11), sua tese de que aborto até o terceiro mês de gravidez não é crime. A ação era de relatoria de Barroso e foi votada na turma em novembro de 2016. A fala gerou a resposta e a suspensão da sessão.