Falta remédio contra câncer na Santa Casa
Pacientes em tratamento contra o câncer de mama na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, em Santa Cecília (centro), reclamam que desde o início de fevereiro faltam remédios para a quimioterapia. Mulheres temem o avanço da doença devido à interrupção do tratamento.
Funcionários confirmaram que faltam medicamentos para câncer de mama. A Santa Casa vive uma crise financeira aguda há três anos.
De acordo com as pacientes, há mais de um mês faltam as drogas taxol, doxorrubicina (químio vermelha) e gencitabina (gemzar+ cisplatina), usadas no combate ao câncer de mama.
A paciente Maria de Lourdes e Silva Xavier, 63, recebe acompanhamento na unidade desde junho de 2017. Em dezembro, a aposentada concluiu a primeira fase do tratamento. Como não houve redução do tumor, ela precisou ir à segunda fase, com seis doses (cada uma aplicada em duas sessões, a cada 14 dias). Ela iniciou o tratamento com gencitabina no início de janeiro, mas foi interrompido no mês seguinte, na quarta dose. “Ela já perdeu a primeira parte da quinta dose. O tratamento está um mês atrasado”, afirma a filha dela, a consultora de inovação Talita Xavier, 31.
A dona de casa Maria Clarice de Oliveira, 57 anos, também teve o tratamento de câncer de mama atrasado. “Estava programado iniciar o tratamento no início de fevereiro, mas pela falta de medicamento, começou apenas no dia 27”, afirma Maria, que reclama também que já foi duas vezes fazer um exame no abdome, mas não conseguiu porque a máquina está quebrada.