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Supremo ‘congela’ prisão de Lula até o dia 4 de abril

Liminar garantiu liberdade ao petista até que os ministros do STF retornem da folga de Páscoa

- (FSP)

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu suspender a sessão de ontem e adiar para 4 de abril o julgamento do habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A maioria dos ministros também decidiu dar uma liminar ao petista para impedir que ele seja preso até que a corte julgue o habeas corpus.

O advogado José Roberto Batochio, que defendeu Lula da tribuna, argumentou que na próxima segunda-feira o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) julgará os últimos recursos do petista naquela instância. A partir dali, em tese, a prisão poderá ser decretada, o que o coloca em risco até 4 de abril. O defensor, então, pediu a liminar para evitar a prisão.

Os ministros do STF Rosa Weber, Dias Toffoli, Marco Aurélio, Ricardo Lewandowsk­i, Gilmar Mendes e Celso de Mello votaram pela concessão dessa liminar.

A discussão sobre o habeas corpus nem sequer entrou no mérito do pedido de ontem. Os ministros apenas discutiram se, por razões processuai­s, ele deveria ser julgado ou se, tal como apresentad­o, não merecia ser analisado. A discussão foi levantada como questão preliminar pelo relator do caso, o ministro Edson Fachin.

O relator argumentou que o habeas corpus chegou ao STF contra uma decisão liminar (provisória) do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Humberto Martins, que negou o pedido de Lula no fim de janeiro.

Posteriorm­ente, a defesa fez um aditamento ao pedido inicial levado ao STF porque a Quinta Turma do STJ, composta por cinco ministros, também negou o pedido, em 6 de março. Com isso, a natureza da decisão que está sendo questionad­a no Supremo mudou —de liminar e individual para uma decisão colegiada.

No entendimen­to de Fachin, a decisão colegiada do STJ deveria ser questionad­a no Supremo por meio de um tipo de recurso específico, o recurso ordinário em habeas corpus. O relator, então, propôs que os ministros votassem se o habeas corpus deveria ser julgado ou não.

Votação

Os ministros Barroso, Fux e Cármen Lúcia concordara­m com Fachin e votaram pelo não conhecimen­to do habeas corpus.

Já Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Toffoli, Lewandowsk­i, Gilmar, Marco Aurélio e Celso de Mello decidiram que o habeas corpus de Lula deve ser julgado.

 ?? Nelson Jr./agência Brasil ?? Sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal: por 7 a 4, ministros decidiram votar habeas corpus que pede para que Lula só seja preso após todos os recursos
Nelson Jr./agência Brasil Sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal: por 7 a 4, ministros decidiram votar habeas corpus que pede para que Lula só seja preso após todos os recursos

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