Aplicativo que alerta sobre crimes chega a São Paulo
Onde Tem Tiroteio informa sobre pontos com troca de tiros e arrastão no Rio desde o começo de 2016
Famoso no Rio de Janeiro, o aplicativo OTT (Onde Tem Tiroteio) chega a São Paulo prometendo alertar a população sobre lugares onde estão ocorrendo arrastões e troca de tiros, como diz o nome. A intenção dos quatro amigos que comandam a rede de informações é colocar tudo em funcionamento até a metade de abril.
No Rio, o OTT surgiu em janeiro de 2016 e conta hoje com uma rede de mais de 24 mil pessoas que, por meio do aplicativo, Whatsapp e das redes sociais, alerta sobre lugares onde estão acontecendo crimes. Em média, são recebidas 170 mensagens ao dia que, depois de confirmadas por um núcleo formado por 5.000 pessoas de confiança (taxistas, motoristas de Uber, policiais), vão para o celular de 500 mil pessoas.
Entre receber a informação, confirmá-la com o núcleo e repassá-la à população por app e rede social, os organizadores levam, em média, quatro minutos. “Muitas vezes, o motorista que confirma o tiroteio está se protegendo das balas”, diz operador de sala de controle Benito Quintanilha, 40 anos, criador do OTT. O ataque à vereadora Marielle Franco (PSOL) e ao motorista Anderson Pedro Gomes, por exemplo, foi registrado.
A ideia de Quintanilha e seus três amigos é contar, até o fim do ano, com 25 mil pessoas em grupos de Whatsapp alimentando o aplicativo com informações em São Paulo. Por enquanto, são apenas 200 participantes. “A tendência é São Paulo ter os mesmos números de tiroteios que o Rio, embora com o poder de fogo menor”, diz.
Segundo Quintanilha, o serviço ajuda também estrangeiros no Rio. “Temos grupos para turistas, mandando alertas em inglês em tempo real, e grupos de consulados, para avisar quem é de fora do país. Eles têm medo de andar na cidade.”