Especialista diz que iniciativa traz agilidade e democratiza informação
Integrante do Laboratório de Análise da Violência da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), o sociólogo Ignacio Cano afirma que aplicativos como o OTT (Onde Tem Tiroteio) são mais ágeis que fontes oficiais de segurança pública, podendo ajudar tanto o cidadão quanto a imprensa no dia a dia.
“Nesse sentido, eles são certamente uma boa notícia, porque democratizam o acesso à informação sobre segurança e violência. Trazem para os moradores ‘do asfalto’ um pouco da realidade dramática das favelas, que antes ficava mais distante. Acho que obriga as autoridades de segurança a responder a essa informação, que é divulgada agora com mais rapidez”, afirma.
Cano diz que um app como o OTT pode ser usado em qualquer cidade. “Só que em São Paulo, pelas características da violência e do crime, não tem tanto esse fenômeno da micro-segregação das favelas e dos tiroteios na cidade toda”, afirma.
O coronel da reserva e especialista em segurança pública José Vicente da Silva vê de forma distinta as realidades do Rio e de São Paulo, mas afirma que que o OTT pode ser interessante para registrar crimes subnotificados, como assaltos em geral.
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) afirma que o serviço 190 da PM recebe de 75 mil a 80 mil ligações diárias. As polícias, diz, contam com o Sistema Detecta, big data que emite alerta e integra bancos de dados policiais e de outros órgãos.