Agora

Em alta, Lucas está pronto para ajudar

Após assistênci­a para Diego Souza, meia de 20 anos é o provável substituto de Valdívia no clássico da semi

- Alinne fanelli

O São Paulo enfrenta o Corinthian­s amanhã, no Morumbi, no primeiro jogo da semifinal do Campeonato Paulista. Sem Valdívia, o técnico Diego Aguirre deve escalar o garoto Lucas Fernandes, que entrou bem contra o São Caetano e deu assistênci­a para Diego Souza.

O treinador uruguaio, aliás, revelou que a ideia de colocar o jovem de 20 anos foi de André Jardine —trabalhara­m juntos na base. Aguirre disse ainda que o camisa 11 foi “espetacula­r”. “Eu fiquei feliz pelos elogios. Espero poder cada vez mais entrar nos jogos. O Jardine me conhece muito bem. Deve ter passado minha ficha inteira para ele [Aguirre]”, contou, aos risos, em entrevista ao Agora.

Lucas Fernandes atuou em cinco jogos neste ano e deu duas assistênci­as. No quesito, só fica atrás de Cueva, com três. Tem como ponto forte jogar com os dois pés. No bate-papo, o meia lembra de quando ficou oito jogos sem ser atuar, período mais longo desde que subiu da base. Agora Contra o São Caetano, você entrou com boa movimentaç­ão, pedindo jogo e deu assistênci­a. Isso que te faz diferente? Lucas É a função que um cara de frente tem de fazer. Se um jogador de frente se esconder, como a gente vai fazer gol? Tenho trabalhado bastante para aparecer bem nos jogos e, quando entrar, fazer a diferença.

Agora E você estava deslocado na ponta esquerda, mas não necessaria­mente ficou nela... Lucas O Aguirre falou para começar na ponta, mas disse que eu podia flutuar, indo para o meio para fazer a jogada. Ele sabe que eu gosto de puxar para o meio. Essa liberdade que ele me deu foi importante para que eu pudesse fazer o meu melhor.

Agora Vocês ainda estão se adaptando ao Aguirre, mas como tem sido o trabalho? Lucas Uruguaio, né? É um pouco do estilo do Lugano. Gosta das coisas corretas e firmes. Gosta de jogador com pegada. Ele deu uma cara nova, sim, o time está com vontade e está todo mundo no mesmo caminho.

Agora Como foi o período com Dorival em que você ficou oito jogos sem jogar? Lucas Foi uma fase difícil. Com exceção da lesão, eu nunca fiquei tanto tempo assim sem jogar no São Paulo. Mas não deixei de trabalhar firme. Pensei: ‘Se eu não estou jogando é porque eu não estou merecendo e o único jeito é melhorar’. Se a gente não está jogando é porque alguma coisa está errada e tem de fazer algo para mudar. Trabalhei mentalment­e e fisicament­e. Continuei trabalhand­o até a oportunida­de aparecer e eu pude aproveitá-la. Agora Você é o mais antigo dos que foram promovidos da base. Como você vê esse momento do clube? Lucas De recomeço. Momento de dar a volta por cima e não tem oportunida­de melhor. É semifinal de Paulista, um clássico e temos tudo para mostrar o nosso valor. Temos de acreditar. Aqui é São Paulo. É time grande, com uma história muito pesada e não dá para desacredit­ar da gente. O time está concentrad­o e sabe do valor que tem esse jogo. Não só esse, mas essa reta final. Pode acreditar que a gente vai dar muito o que falar. Agora Sempre que você entra, chuta ao gol. Vai ganhando confiança no jogo? Lucas Eu gosto muito de chutar de fora da área e nosso time chuta pouco. Quando eu entro, pedem para eu chutar, pela qualidade que eu tenho com as duas pernas. De um chute pode sair gol, um rebote, um escanteio. Se a gente não chutar, não faz gol. Procuro fazer diferente do que está acontecend­o porque a gente entra para mudar. Se entrar e ficar na mesma não adianta.

Agora Por que a equipe chuta tão pouco? Lucas Não sei, nosso time não arrisca. Temos muita posse de bola, mas não conseguimo­s finalizar. Às vezes, quer dar o último passe e erra. Tem de arriscar mais, todos temos qualidade.

Agora E a concorrênc­ia aumentou na sua posição este ano com Nenê, Diego... Lucas É bom, uma briga sadia. A juventude e a experiênci­a se complement­am. Eles são excelentes jogadores, mas também vou buscar meu espaço. Eles gostam de mim, procuro perguntar coisas e escuto bastante o que eles têm para me dizer. No jogo, por exemplo, o Nenê falou bastante comigo. Tenho de ser humilde para saber quem tem mais coisas boas para te passar.

Agora A pressão fica maior ainda por ser uma semifinal com clássico e por não ganhar um título desde 2012? Lucas É o que a gente está precisando, vencer os grandes jogos. Não conseguimo­s ainda e, se fizermos boa partida, convencer de que o time está maduro, que pode bater de frente em qualquer jogo, é um novo começo.

 ?? Ronny Santos - 5.set.17/folhapress ?? O meia Lucas Fernandes, de 20 anos, é o mais cotado para substituir Valdívia no Majestoso do Morumbi; com duas assistênci­as na temporada, atrás apenas de Cueva, ele espera ter mais oportunida­des na equipe
Ronny Santos - 5.set.17/folhapress O meia Lucas Fernandes, de 20 anos, é o mais cotado para substituir Valdívia no Majestoso do Morumbi; com duas assistênci­as na temporada, atrás apenas de Cueva, ele espera ter mais oportunida­des na equipe

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