O fim da picada
Protestar nas ruas contra políticos é direito de todos. No Brasil, aliás, o que não falta é motivo para esses atos.
Quando os manifestantes começam a jogar ovos em pessoas, a coisa já começa a ficar complicada. Se forem pedras, já está clara a intenção de machucar.
É até desnecessário dizer que um ataque a tiros, como o sofrido por dois ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Paraná, representa a mais absoluta e inaceitável selvageria.
Nesse caso, não adianta apontar que os petistas estão envolvidos em várias falcatruas descobertas nos últimos anos.
Nem que Lula anda provocando seus críticos e atacando a própria Justiça do país, que o condenou por corrupção em segunda instância.
Nada justifica usar violência contra um político ou um partido. Numa democracia, as armas dos cidadãos são a lei e o voto.
Ainda não se sabe quem cometeu essa barbaridade. Pode ter sido, por exemplo, só um maluco agindo sozinho.
Mas é fato que, nos últimos anos, o clima político do país ficou mais pesado. Há mais radicalização de todos os lados. Gente de diferentes partidos é xingada em aviões e restaurantes.
Tudo bem que foram muitos os escândalos, e é espantosa a cara de pau dos envolvidos e seus aliados. Mas é preciso respeitar a diferença entre criticar e partir para a agressão.
O ataque aos ônibus precisa ser repudiado por todos, sem meias palavras. E seu autor ou seus autores devem ser encontrados e punidos rapidamente.