Agora

Polícia investiga suspeita de ligação de presidente com porto desde 2004

- (FSP)

A suspeita de que Michel Temer teria recebido propina de empresas do porto de Santos é investigad­a desde 2004. Foi nesse ano que a Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar acusações feitas pela estudante Erika Santos, que fora casada com Marcelo de Azeredo, expresiden­te da Codesp, estatal que administra o porto.

Erika dizia que o Azeredo tinha como padrinho político o então deputado federal, presidente da Rodrimar Michel Temer, e comandava um esquema de suborno no porto entre 1995 e 1998.

O coronel reformado João Baptista Lima Filho, preso ontem, era citado como um dos auxiliares de Temer.

Iniciais

Documentos entregues por Erika à PF citavam o nome de Lima e as iniciais do nome do presidente (MT). Numa planilha havia o seguinte texto: “Lima quer participaç­ão para MT, MA e L em torno de 20%”. MA seria Marcelo de Azeredo; L, o coronel Lima.

Outro papel contém a observação: “Lima está terminando o contrato. Percentual ainda não acertado”.

As iniciais MT, MA e L eram mencionada­s novamente. A anotação está relacionad­a ao arrendamen­to dos armazéns 34 e 35 do porto, um negócio de R$ 40 milhões em valores da época.

Entre os papéis que Erika entregou à PF havia uma anotação que apontava o pagamento de R$ 600 mil pela Rodrimar, empresa cujo dono, Antônio Celso Grecco, também foi preso ontem. Segundo o documento, Temer ficou com metade desse valor, e a outra metade foi dividida entre Lima e Azeredo.

A Rodrimar nega que tenha feito pagamentos ilícitos. A defesa do presidente Michel Temer diz que ele nunca recebeu propina.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil