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Não há fato novo, dizem advogados dos presos

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O advogado José Luis Oliveira Lima, que defende o empresário José Yunes, disse que não há nenhuma novidade na investigaç­ão sobre o porto de Santos que justifique a prisão de seu cliente. “Não há nenhum fato novo. Essa prisão é uma loucura”, afirmou.

Oliveira Lima classifico­u de “inaceitáve­l a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia”. De acordo com ele, Yunes sempre se apresentou à Polícia Federal ou ao Ministério Público quando intimado, e até colaborou espontanea­mente com as investigaç­ões. “Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania”. O escritório que defende Yunes ingressou ontem com um pedido de revogação de prisão no Supremo Tribunal Federal. Na petição, Oliveira Lima reafirma que seu cliente prestou todos os esclarecim­entos, tem 81 anos, é primário “e passa por sérias complicaçõ­es de saúde”.

“Nesse sentido, não há motivos para se manter José Yunes preso temporaria­mente, pois o requerente não representa qualquer risco para o bom andamento das investigaç­ões ou a colheita de provas”, diz o documento.

Em nota, a Rodrimar diz “que nunca pagou propina a nenhum agente público e nunca autorizou que alguém o fizesse em seu nome”. Prossegue o texto: “A ‘famosa’ mala de dinheiro não saiu da Rodrimar nem era destinada a ela ou a seus executivos, como já foi esclarecid­o nos autos da investigaç­ão. Já houve, inclusive, uma denúncia referente a essa questão da mala sem nenhuma acusação contra alguém da Rodrimar”. A empresa diz que seus dirigentes atuaram com entidades do setor de portos “no sentido de ajudar a construir o texto de um decreto” e que “todas as empresas que atuam nos portos brasileiro­s participar­am ativamente desses esforços”.

O decreto do ano passado, afirma a empresa, não beneficiou a Rodrimar, já que o principal interesse da empresa, a renovação de contratos anteriores a 1993, não foi contemplad­o pela medida.

A defesa do ex-ministro Wagner Rossi, feita pelo advogado Abmailson Santos de Oliveira, também criticou a decisão do ministro Luis Roberto Barroso. De acordo com ele, a prisão do ex-ministro foi desnecessá­ria. “São coisas referentes ao tempo que nem sequer ele trabalhava como ministro ou presidente da Codesp”, disse Oliveira à Folha em Ribeirão Preto, citando a estatal que cuida da administra­ção do porto de Santos. Posteriorm­ente, em nota, a defesa afirmou que Rossi pode ser facilmente encontrado para prestar qualquer tipo de esclarecim­ento.

“Nunca foi chamado a depor no caso mencionado. Portanto, são abusivas as medidas tomadas. Apesar disso, Wagner Rossi está seguro de que provará sua inocência”, afirmam os advogados do ex-ministro. Segundo a defesa, Rossi está aposentado há sete anos e nunca mais atuou profission­almente na vida pública ou privada.

A defesa da empresária Celina Borges Torrealba Carpi, uma das donas do grupo Libra, não foi encontrada para comentar a prisão dela.

O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) saiu em defesa do presidente Michel Temer e afirmou que ele não tem qualquer relação com as prisões.

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