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Os cariocas têm medo

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Pesquisa do instituto Datafolha em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra como a população do Rio de Janeiro se sente refém da criminalid­ade.

Nove em cada dez moradores da cidade dizem ter medo de tiroteios, de balas perdidas e de morrer em um assalto. Quase um terço afirma que já ficou no meio do fogo cruzado entre bandidos e polícia.

O medo de sofrer as consequênc­ias do aumento do banditismo é generaliza­do, sem importar a região ou classe social. Mas, dependendo das caracterís­ticas dos entrevista­dos, a sensação de inseguranç­a aumenta.

O receio, por exemplo, de ser alvo de violência por parte da Polícia Militar chega a 78% entre os habitantes de favelas para os que vivem em outras áreas, fica em 66%.

A cor da pele também faz diferença: 73% dos negros têm medo de serem vítimas da PM, contra 66% dos brancos. Os negros (81%) também temem mais do que os brancos (67%) a possibilid­ade de que seus filhos sejam presos injustamen­te.

Como dá para notar, a situação é crítica e desafia o comando da intervençã­o das Forças Armadas, que administra a segurança pública do Rio desde fevereiro.

Vale lembrar que o presidente Michel Temer (MDB) chamou de “jogada de mestre” a ideia de colocar os militares para conter a violência no estado.

É bem verdade que, passados mais de 40 dias, pouca coisa mudou. Aliás, já são quase três semanas desde o assassinat­o da vereadora Marielle Franco (PSOL), que continua sem solução.

Os cariocas, que na maioria apoiam a intervençã­o, esperam que as ações do Exército não fiquem apenas no combate ao tráfico em favelas. É preciso cuidar do Rio como um todo.

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