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Congresso deve desistir de ajuste na nova CLT

Medida provisória que muda reforma trabalhist­a deve ser votada até dia 23, senão deixa de valer

- (FSP, LQ e CG)

Considerad­a um retrocesso pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a medida provisória que ajusta a reforma trabalhist­a deve perder a validade sem que haja esforços para sua votação. “Se a comissão mista não aprovar o parecer, não posso votar na Câmara. [...] Se caducar, caducou, perdeu a validade”, disse Maia.

A MP foi editada pelo presidente Michel Temer (PMDB) em novembro do ano passado e tem duração de 120 dias. Para virar lei, precisa ser aprovada até 23 de abril. A comissão instalada para analisar a matéria ainda não tem presidente ou relator.

Ontem, Maia deixou claro que não concorda com ela. “A medida provisória tinha algumas questões que faziam a reforma andar para trás. Não tem prejuízo, muito pelo contrário, se o projeto ficar como está. Já temos uma boa legislação em relação ao que tínhamos no passado”, afirmou ele.

Especialis­tas da área Jurídica discordam. Para eles, sem a medida provisória, diversos pontos da reforma deverão ir parar na Justiça.

Dentre os pontos controvers­os estão a própria validade de reforma, que deverá deixar de valer para os contratos antigos e será aplicada só para os novos. Quando a lei foi aprovada, havia essa dúvida, mas a MP trouxe um artigo afirmando que a nova CLT valia para todos os trabalhado­res. No entanto, com seu fim, essa entendimen­to também deve acabar.

Publicada no dia 14 de novembro, a medida provisória 808 alterou 17 pontos da reforma trabalhist­a.

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