Apesar da pressão de seus militantes, Lula se entrega
Petista chegou a ser impedido de deixar sindicato no ABC e só ontem à noite voou para Curitiba
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se entregou à Polícia Federal às 18h40 de ontem, quase 26 horas depois do prazo dado pelo juiz federal Sergio Moro.
Manifestantes impediram por mais de duas horas que Lula deixasse a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, onde estava desde quinta-feira, quando teve a prisão decretada.
O cronograma previsto era que, após a missa em que discursou num carro de som, ele almoçasse com familiares enquanto a militância se dispersasse para que sua saída não fosse tumultuada.
Apoiadores, no entanto, ficaram no local. Às 17h, Lula chegou a entrar em um carro, mas foi impedido de sair do sindicato por militantes.
Depois de alguns minutos, o ex-presidente saiu do carro e, abraçado e ouvindo gritos de seu nome, sorriu ao entrar de volta para o sindicato.
Em uma sala da diretoria, Lula aguardou até que dirigentes encontrassem uma saída. A cúpula do PT e os advogados de Lula temiam que o atraso complicasse sua situação, inclusive em outros processos.
Prisão
Enquanto militantes ainda estavam em assembleia, às 18h40, Lula deixou o sindicato a pé pelo portão do lado oposto ao que estava o carro de som. Dois cordões de seguranças possibilitaram que ele caminhasse por uma viela até chegar a viaturas da PF que o aguardavam.
Em bairros nobres de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, entre outras, moradores soltaram foguetórios e fizeram buzinaços após a prisão.
Sob custódia, Lula foi levado em um comboio de viaturas e chegou à sede da PF na Lapa (zona oeste), às 19h44. Às 20h11, voou de helicóptero até o aeroporto de Congonhas (zona sul), de onde partiu para Curitiba às 20h46 num avião da PF.
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sobre a prisão do ex-presidente Lula nas págs. A4 e A5