PT reafirmará candidatura de Lula, mas já vive divisão
Reunião do comando do partido hoje, em Curitiba, insistirá em lançar ex-presidente, mesmo com ele preso
Ainda sob impacto da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no sábado, o comando do PT se reúne hoje, em Curitiba, para dobrar a aposta e reafirmar sua candidatura à Presidência da República. Mais do que a crença nas chances de Lula disputar a eleição, essa é uma estratégia de defesa.
O discurso de que Lula é alvo de um golpe para impedir sua volta ao planalto é o principal argumento para tirá-lo da prisão.
Embora já duvidem até da possibilidade de inserir seu nome nas urnas, os petistas vão persistir na candidatura do ex-presidente.
Segundo aliados, falar em um plano B agora é reconhecer que ele não será absolvido, nem deixará as instalações da Polícia Federal de Curitiba nos próximos dias.
Líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS) afirma que a reunião de hoje será exclusivamente dedicada a mobilização e articulação política em apoio a Lula.
Essa estratégia deverá ser intensificada até quarta-feira, quando o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) deverá julgar um pedido de liminar que visa a evitar prisões de condenados em segunda instância.
Na reunião, os petistas desenharão uma tática para que Lula continue a orientar o partido de dentro da Superintendência da PF.
Hoje dirigentes partidários saberão quem estará autorizado a visitar Lula para destacar emissários para ouvi-lo sobre estratégias.
Divisão
Ontem, petistas chegaram a defender que se mantenha Lula como o candidato do partido até julho. Mas há também que admita a hipótese de Lula continuar preso nos próximos dois meses.
Parlamentares petistas também pretendem se reunir amanhã em Brasília, para definir sua estratégia de atuação no Congresso. Diante dos últimos acontecimentos, cresceu a pressão do PT, principalmente via militância, por uma candidatura única de esquerda.
LEIA MAIS
sobre a prisão do ex-presidente Lula nas págs. A4 e A5