Carille fenomenal
Segundo ano, terceiro título... Nada mal para Fábio Carille, que chegou cercado de dúvidas em 2017
Muita gente torceu o nariz quando Fábio Carille foi efetivado como técnico do Corinthians, no fim de 2016. “Falta de opção”, foi dito. Pois bem, as mesmas pessoas devem ter chegado em dezembro do ano seguinte e repensado a respeito disso. E, se não bastassem os dois canecos da temporada passada (Paulistão e Brasileirão), o treinador já começou 2018 da mesma maneira. Com mais um troféu do Estadual, agora conquistado sobre o arquirrival Palmeiras, já são três nas prateleiras de casa.
“Eu sou um abençoado, já falei isso várias vezes. Sou abençoado por ter um grupo desse que compra a ideia. Muito honrado disso e desse time”, comemorou Carille.
E se ele teve muito trabalho no ano passado, a coisa não tem sido diferente neste início de temporada. O treinador perdeu peças importantes em relação a 2017. A principal delas foi Jô, primeiro corintiano na história a ser artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 18 gols.
Sem peça de reposição à altura, Carille teve de sambar com a dança de números para definir o esquema tático que usaria na equipe. Terminou o Estadual jogando no 4-2-4, sem um atacante de referência, após testar muita gente na posição.
O técnico, no entanto, decidiu que faria do limão uma limonada. “Independentemente do que falam, de quarta força, terceira, temos que ter a mesma atitude. Fechar-se no CT, trabalhar sério, eu com a minha comissão, discutir o que precisa, de explorar os pontos positivos e negativos. Uma busca constante”, explicou.
Reconhecimento
Assim, Carille foi buscando alternativas para manter o time competitivo. Conseguiu. Dessa maneira, tem o reconhecimento não só da diretoria, da comissão técnica e dos jogadores, como também da arquibancada. Um respaldo que será importante para que possa realizar um sonho: “Quero ficar no Corinthians por muitos anos”, deseja o jovem técnico, de 44 anos, que já disse não para sondagens do futebol chinês e do Atlético-mg.
Com o bicampeonato paulista consecutivo, o comandante corintiano consegue quebrar um jejum de 66 anos. O último a conquistar tal façanha foi José Castelli, que era mais conhecido como Rato —faturou o Estadual de 1951 e 1952.