Se não dá pelo meio, vai pelas pontas
O Corinthians conviveu o Paulistão inteiro com uma crítica bem desconfortável. Se para o elenco já era ruim ouvir que o ataque não funcionava, tente imaginar como isso soava nos ouvidos dos próprios atacantes.
A corneta sempre foi mais direcionada para o fato de a equipe não ter um centroavante. Mas, nem por isso, Romero e Clayson ficaram menos incomodados. Com a ineficiência na tentativa de buscar uma referência, “sobrou” para os dois resolverem pelos lados do campo.
Nada com o qual não estivessem acostumados. Desde que chegou ao Timão, em 2014, o paraguaio faz essa função. Teve menos chances nos dois primeiros anos —foi a campo 43 vezes, com cinco gols—, mas assumiu a titularidade em 2016 e, da maneira dele, passou a ser essencial no esquema tático.
O número de gols até subiu desde então —foram mais 20—, mas a determinação em ajudar na marcação continua sendo a marca registrada de Romero, 25 anos.
Clayson chegou ao clube em 2017, depois de se destacar pela Ponte Preta, e também conquistou um lugar no time. Inicialmente na reserva, ganhou Carille de vez depois das atuações consistentes e decisivas na reta final da campanha que terminou com o título brasileiro. Fez gols em três jogos seguidos (contra São Paulo, Cruzeiro e Coritiba, neste, duas vezes) e impediu que a queda de rendimento no segundo turno custasse a taça.
Clayson, 23 anos, não jogou a final ontem —estava suspenso por ter sido expulso no primeiro jogo—, mas merece muito estar na foto do time posado que levou o 29º Estadual do Timão.