Sombra sobre os tucanos
O PSDB de São Paulo andava mais ou menos a salvo da Lava Jato. Agora, esse quadro pode mudar com a prisão do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto.
Delatores, é verdade, citaram alguns caciques do partido, como Geraldo Alckmin, que acaba de deixar o governo do estado para concorrer à Presidência, e o senador José Serra.
Mas nada disso avançou muito até agora. Com Paulo Preto atrás das grades, o perigo para os tucanos aumenta muito.
O engenheiro já apareceu em sete delações na Lava Jato. Todas falam em cobrança de propina durante a construção do Rodoanel na gestão de Serra (2007-2010).
Além disso, documentos enviados ao Brasil por autoridades da Suíça atestam que o ex-diretor da estatal rodoviária tinha uma bolada equivalente a R$ 113 milhões numa conta bancária daquele país.
Quando chegou a notícia da prisão, Alckmin disse que não conhecia o ex-auxiliar.
Também afirmou que seu governo foi responsável pelas investigações sobre os desvios na Dersa.
Paulo Preto foi nomeado pelo tucano em junho de 2005 para a função de diretor de relações institucionais, antes de ser promovido, em 2007, por Serra, para a área de engenharia, responsável pela condução das maiores obras.
Mesmo assim, a situação do presidenciável do PSDB está longe de ser tranquila. Ele vai ter de responder, afinal, sobre tudo que atinja o partido.
O que há de bom na história é que a Lava Jato finalmente começou a se mexer mais em São Paulo.