Nova primeira-dama afirma ser feminista e critica Doria
Lúcia França, 56 anos, diz ter ‘voz brava’. Ela afirma querer oportunidades iguais para as mulheres
A professora Lúcia França, 56 anos, nova primeira-dama do estado, se diz “bastante feminista” e, assim como o marido, Márcio França (PSB), critica o ex-prefeito João Doria (PSDB). França e o tucano vão disputar o governo do estado nas eleições.
No posto de primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade (FSS), foi uma mudança de Lu para Lu: saiu Maria Lúcia Alckmin, a Lu Alckmin, e entrou a professora Lúcia, como gosta de ser chamada a nova responsável pelo braço assistencial do governo do estado.
“Esse jeitinho doce da dona Lu eu não prometo”, diz a educadora, mais agitada e falante que a mulher do tucano. “Não sou brava, mas a minha voz é”, segue ela, em sala de aula desde os 17 anos e há 36 anos dirigindo sua própria escola, um colégio em Praia Grande (71 km de SP) que tem 700 alunos.
Lúcia nasceu na capital e foi criada em São Vicente, cidade onde o marido foi prefeito por dois mandatos (de 1997 a 2004). Filiada ao PSB, acompanhou França nas Lúcia França, primeiradama do estado, sobre o Fundo de Solidariedade Social idem, sobre a saída de Doria da prefeitura campanhas eleitorais.
A professora diz que levará para o palácio um pouco da disciplina que cobra dos estudantes, mas também sua paciência de alfabetizadora.
No FSS, tradicionalmente encabeçado pelas primeirasdamas, assume papel semelhante ao que ocupou em São Vicente. Por não se ver “dando cesta básica para as pessoas” no município, afirma que priorizou ampliação e melhoria de creches.
Dizendo-se ‘bastante feminista”, a nova primeiradama prega equidade entre gêneros. “Não quero igualdade, porque a gente não vai ser igual nunca. Quero oportunidade igual”, diz Lúcla.
Na vida conjugal, afirma, nunca houve diferenças. “Sempre fui muito ouvida pelo Márcio. E também sempre mantive minha trajetória”, diz. Os casal está afinado também nas críticas ao ex-prefeito Doria. França diz que o tucano mostrou não ter palavra ao abandonar o mandato com 15 meses.
“Nós participamos da campanha do Doria ativamente”, lembra Lúcia. “Nossa esperança era que ele fizesse um governo diferenciado. A gente fica decepcionado”, diz. O casal França só não fala a mesma língua, diz a mulher, quando o assunto é temperamento. Ele, que tem fama de conciliador, nunca altera o tom de voz, segundo ela. “Estamos juntos há 38 anos e todas as vezes nesse tempo eu briguei sozinha”, diz Lúcia.