Rocinha fica sem serviços básicos
Rio Os conflitos entre facções e entre policiais e traficantes, que ocorrem desde setembro na Rocinha, não só levam medo à comunidade de 69 mil habitantes no Rio, como também estão tirando o acesso de moradores a serviços básicos, entre eles, nas áreas de saúde e Justiça.
Desde setembro, quando começou aquilo que os moradores chamam de “guerra”, ao menos 53 pessoas foram mortas ali, entre elas um idoso, uma turista e um homem que estava com um bebê no colo ao ser atingido.
O programa Justiça Itinerante, que leva juízes, membros do Ministério Público e Defensoria Pública até os cidadãos, foi suspenso.
As unidades de saúde estão com as portas abertas, mas os médicos não vão mais até a casa das pessoas.
ONGS que dependem de voluntários estão sem mão de obra, e o lazer foi afetado: à noite, ruas da favela que costumavam ferver agora estão mais vazias.
A violência tem feito as pessoas se mudarem, tanto para partes menos violentas da própria Rocinha quanto para outras favelas. A esteticista Ana é uma delas. “A polícia estava lá [na minha rua] todo dia. Um dia, cheguei em casa e vi que o muro da varanda estava todo esburacado de bala. Aí entendi que precisava sair de lá. Fui para o Valão [também na Rocinha], que também está tenso, mas menos”, diz.