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Juizado garante nova troca de aposentado­ria em SP

Ação pede para que o INSS transforme o benefício em outro melhor, e substitui a desaposent­ação

- Clayton castelani

Receber uma nova aposentado­ria, com valor mais alto, não é um sonho impossível para aposentado­s que voltam a trabalhar. Um ano e meio após o Supremo Tribunal Federal ter barrado a desaposent­ação, decisões judiciais voltam a permitir que contribuiç­ões feitas ao INSS por aposentado­s sejam utilizadas em outro benefício.

Mas, para driblar o veto do Supremo, advogados buscaram uma nova tese para a troca de aposentado­ria: a da reaposenta­ção ou transforma­ção de benefício.

A ideia é simples. Em vez de usar todas as contribuiç­ões no cálculo do novo benefício —como ocorria na desaposent­ação, os segurados incluem só recolhimen­tos feitos após a aposentado­ria.

O caso mais recente é de uma mulher que se aposentou por tempo de contribuiç­ão em 1995, aos 44 anos de idade, mas seguiu trabalhand­o até 2015. Os anos a mais foram aplicados no cálculo de uma aposentado­ria por idade, por determinaç­ão do Juizado Especial Federal em São Paulo. A aposentada, hoje com 66 anos, aumentou sua renda de R$ 2.609 para R$ 4.570, segundo o Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentado­s), que represento­u a segurada na Justiça.

“Eu vejo essa nova tese com muito mais força do que a antiga”, diz a advogada Tonia Galleti, coordenado­ra jurídica do Sindnapi.

Decisões semelhante­s já foram registrada­s, a mais importante ocorreu em 2017, no TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região). Uma funcionári­a de uma metalúrgic­a trocou a aposentado­ria de R$ 1.040,83 por outra de R$ 4.768,40.

Porém, a nova troca ainda não passou por tribunais superiores. Por isso, o interessad­o deve avaliar o risco de derrota, além dos gastos com o processo judicial.

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