Vândalos picham Pateo do Collegio com letras gigantes
De madrugada, pichadores escreveram “Olhai por nois” em vermelho, usando compressor de ar
Marco histórico e turístico da capital, o prédio do Pateo do Collegio, no centro de São Paulo, amanheceu ontem com a fachada pichada. A frase “Olhai por nois”, em letras garrafais em vermelho, tomou conta da fachada do museu e da capela São José de Anchieta do complexo, que pertence à Companhia de Jesus, ordem religiosa dos jesuítas. O local é tombado pelo patrimônio histórico.
Segundo o diretor do Pateo, o padre Carlos Alberto Contieri, cinco suspeitos participaram da pichação, registrada às 1h25 desta terça. “Tudo durou um minuto e meio. Quando o nosso segurança acionou a polícia, eles já tinham ido embora em direção à praça da Sé”, disse.
As imagens do circuito interno do complexo mostram que um dos suspeitos assumiu o controle da pichação.
Ele usou uma espécie de compressor e conseguiu esguichar tinta até a altura das janelas do primeiro andar.
Os demais suspeitos fizeram a segurança do grupo. Já uma mulher, que também participou do vandalismo, foi flagrada filmando a ação.
Moradores de rua que lotam a praça do Pateo todas as noites para dormir foram acordados com tinta no rosto, de acordo com o diretor da instituição. “Eles jogaram tinta em muitos deles que estavam dormindo”, disse.
Crime
O ato de vandalismo foi registrado no 8º DP (Brás) e, até a noite, nenhum dos envolvidos havia sido detido. As imagens serão encaminhadas à Polícia Civil e servirão de apoio para a identificação do grupo e a investigação do ato. Pichar é crime no país. Quem for pego praticando o ato de vandalismo pode ser condenado de três meses e um ano de prisão, segundo a lei de crimes ambientais.
O tipo de pichação usado, com letras gigantes, começou a se espalhar em São Paulo há quase uma década. Nesses casos, os pichadores substituem as latinhas de spray por extintores de incêndio cheios de tinta.