Cheque especial terá novas regras
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) anunciou ontem que, a partir de 1º de julho, serão adotadas novas regras para o cheque especial, o “limite extra” oferecido pelo banco. As medidas têm como objetivo estimular que os bancos pratiquem taxas de juros menores —não há, porém, uma taxa pré-definida que as instituições devem oferecer.
Com as novas regras, sempre que um cliente fizer uso do limite, deverá ser avisado pelo banco. Caso ele utilize um crédito de mais de 15% do limite do cheque especial por 30 dias consecutivos e esse valor ultrapasse R$ 200, o banco deverá oferecer um plano de parcelamento com juros inferiores aos do cheque especial.
“Esse tipo de limite tem de ser usado apenas em caso de emergência e de forma temporária, pelo período mais curto possível. Perder esse controle pode fazer da dívida uma bola de neve”, explica Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). “O que mais me agrada é que a iniciativa de mudanças partiu dos próprios bancos.”
Os extratos bancários terão de diferenciar o saldo da conta e o limite do cheque especial. “Esse crédito é um empréstimo pré-aprovado que terá de ser pago, mas os extratos confundem algumas pessoas”, diz Marcela. “Há quem leia ‘valor disponível’ e não perceba que é um empréstimo com juros altos.”
Segundo o Banco Central, em fevereiro a média da taxa do cheque especial foi de 12,8% ao mês (o que dá 324,12% ao ano).