Agora

A conta da crise

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Os efeitos da terrível recessão de 2014 a 2016 ainda não desaparece­ram. E, é claro, os que mais sentem as consequênc­ias da crise são os pobres.

O desemprego chegou a subir de 6,5% para 13,7%. Depois caiu um pouco, para 12,6% em fevereiro, mas a qualidade das novas vagas deixa muito a desejar.

Agora, dados que acabam de ser divulgados pelo IBGE mostram que a leve melhora da economia não evitou que a renda dos trabalhado­res caísse no ano passado.

Na média do país, ela passou de R$ 2.223 em 2016 (valores corrigidos pela inflação) para R$ 2.178.

A situação piorou para quase todo mundo, mas a distância entre os mais favorecido­s e os menos continua enorme.

Para o 1% mais rico do país, a queda da renda média foi de R$ 28 mil para R$ 27,2 mil por mês. Já para os 5% mais pobres, de R$ 76 para R$ 47.

Antes da recessão, a pobreza e a miséria vinham caindo desde 2004. Nos últimos anos, o Brasil parou de progredir nessa área. Pior: andou para trás.

É claro que uma boa parte dos gastos do governo (com Bolsa Família, por exemplo) ajudava os mais carentes. Mas as despesas públicas aumentaram demais, acabou a grana e veio a crise.

Só dá para sair desse buraco com cresciment­o da economia: se os empresário­s contratare­m mais e as pessoas comprarem mais.

Os programas sociais são importante­s, sem dúvida, mas dependem da arrecadaçã­o de impostos. E essa receita depende do consumo das famílias.

O governo, portanto, não resolve nada sozinho. Mas ele pode pelo menos parar de criar dificuldad­es para o resto do país.

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