A eleição sem Lula

Muitos brasileiros acharam injusta a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a mais nova pesquisa Datafolha, essa é a opinião de 40% dos eleitores.

Mas uma maioria de 54% considerou que foi correto mandar o líder petista para atrás das grades. Outros 6% não souberam dizer.

O fato é que vai caindo a ficha geral: a população está cada vez mais convencida de que Lula não poderá ser candidato à Presidência neste ano.

Assim entendem 62% dos entrevistados, bem acima dos 43% da pesquisa de janeiro. Os que dizem ter certeza da presença do expresidente na disputa caíram de 32% para 18%.

Então, interessa muito saber o que farão os apoiadores do líder petista (que chegam a 31% dos eleitores). Parece que muitos deles ainda não encontraram um plano B.

Quando o nome de Lula não aparece na lista de opções do Datafolha, o número de intenções de voto em branco ou nulo cresce bastante, de 13% para 23%.

Uma novidade importante é o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que se filiou ao PSB e chega aos 10%. É mais do que tem o tucano Geraldo Alckmin (até 8%), que deixou o governo de São Paulo.

Mas não existe certeza de que Barbosa, conhecido no país pelo seu trabalho no julgamento do mensalão, vai mesmo concorrer.

Sem Lula no páreo, Marina Silva (Rede) encosta em Jair Bolsonaro (PSL) na liderança, os dois perto dos 16%. Mas eles têm partidos pequenos e pouco tempo de TV, o que reduz as chances na campanha.

A eleição deste ano continua, portanto, imprevisível